
O sucesso escolar não consiste em aprender apenas conteúdos curriculares, ou seja, deverá também contemplar de forma assertiva o desenvolvimento de competências que farão de cada aluno um cidadão responsável, sociável e saudável em todas as suas vertentes.
No caso dos alunos com NEE, essas competências, designadas por “não-cognitivas”, deverão ser, em determinados casos, privilegiadas uma vez que devido ao seu perfil de funcionalidade, ajudarão o aluno a formar a sua personalidade, tornar-se mais autónomo e as adquirir normas sociais necessárias para a vida.
No artigo abaixo, poderá comprovar a importância das competências não – cognitivas.
O que são competências não-cognitivas?
Durante muito tempo, a inteligência, a capacidade de resolver problemas e o raciocínio lógico foram consideradas as características para alcançar o sucesso escolar. Todas as avaliações pedagógicas atuais visam medir essas competências, conhecidas como cognitivas, por estarem ligadas ao conhecimento.
Mas um novo elemento foi recentemente adicionado à equação do sucesso individual dos alunos. Diversas pesquisas mostraram que não basta dominar Português e Matemática, por exemplo, se o indivíduo não souber relacionar-se com os outros, não for determinado e não conseguir controlar as suas emoções, entre outras características da personalidade. São as competências não-cognitivas ou socioemocionais, como chamam os educadores: autonomia, estabilidade emocional, sociabilidade, capacidade de superar fracassos, curiosidade, perseverança…
"Não há uma lista fechada de quais são essas competências, mas os pesquisadores descobriram que para as pessoas serem felizes e terem uma carreira bem-sucedida, esse tipo de habilidade importa tanto quanto o saber fazer coisas", explicou Daniel Santos, economista e consultor do Instituto Ayrton Senna (IAS), que organizou em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) o primeiro teste em escala para a avaliação dessas habilidades não-cognitivas.
"Queremos que essa primeira avaliação nos ajude a compreender como cada um desses fatores tem impacto na aprendizagem dos estudantes", afirma Mozart Ramos Neves, diretor de inovação do Instituto.
E a melhor parte é que essas características não são talentos natos, mas podem ser aprendidas em qualquer momento da vida. "As pessoas têm predisposições, há crianças que são mais expansivas e outras mais retraídas, por exemplo. No entanto, é a interação com as pessoas de sua convivência que vai estimular ou não sua sociabilidade", explica a professora de Psicologia Clínica e do Desenvolvimento da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) Alessandra Turini Bolsoni Silva.
O desenvolvimento das habilidades não-cognitivas contribui diretamente para uma boa aprendizagem dos alunos. "Integrar as não-cognitivas talvez seja um caminho para alavancar o sucesso escolar dessas crianças", afirma Mozart Neves.
Apesar da vivência escolar mostrar a importância dessas habilidades no dia-a-dia, os especialistas referem que é necessário haver um programa intencional e estruturado em forma de política pública para que haja resultados positivos.

Fonte:educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/sao-competencias-nao-cognitivas-777484.shtml?utm_source=redesabril_educar&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_educar